É frequente, nos centros espíritas, o aparecimento de pessoas que vão solicitar o auxílio das entidades espirituais para vencer dificuldades ou alcançar vantagens de ordem material, conseguindo empregos, ou realizando negócios.
Certos presidentes de sessões e muitos espíritos, com rigorismo impiedoso, respondem que o espiritismo não tem por fim arranjar ou concertar a vida e, seguidamente, nos trabalhos os guias assinalam, aborrecendo-se, que os pensamentos dos ambiciosos, ou dos premidos por necessidades materiais, perturbam, e até viciam o ambiente.
Mas, em geral, os guias, mesmo quando não o confessam, ajudam, materialmente, a quem lhes pede socorro dessa natureza, em horas de amargura.
Eu, na minha insignificância, pessoalmente considero legítimos tais apelos. Somo criaturas materiais, devemos fazer a nossa evolução espiritual através de óbices materiais, num mundo material, e os espíritos incumbidos de nossa proteção, realmente pouco a exerceriam se não nos ajudassem a remover e dominar esses empecilhos de ordem material.
Perguntou o Sr. Allan Kardec ao seu guia se não o auxiliava na vida material. Contestou-lhe o iluminado que, não ajudá-lo, seria não amá-lo, acrescentando que o fazia sem que ele o percebesse, para não lhe tirar o merecimento da vitória na luta contra a adversidade.
Se assim era com o Sr. Allan Kardec, assim deve ser com as outras criaturas, e como estas não possuem, geralmente, o adiantamento do codificador do espiritismo, são mais diretos e veementes os seus apelos e menos discretos os favores com que as auxiliam os espíritos.
O fato positivo é que os espíritos ajudam, quando podem, os homens a vencer as cruezas da vida e quando estas representam a fatalidade inevitável de um destino, isto é, são uma prova, buscam suavizá-la, carinhosamente, amparando, com o escudo da fé, a quem a sofre.
Fonte: Livro: O Espiritismo, A Magia e as Sete Linhas de Umbanda
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