OS ESPÍRITAS HOMOSSEXUAIS E A SUA PARTICIPAÇÃO ATIVA NO CENTRO
Questão: Um homossexual que vivencia a prática sexual poderá ser um médium passista, sem abdicar de seus relacionamentos afetivo-sexuais?
Esta problemática é deveras bem complicada, de difícil entendimento e aceitação nos grupos espíritas. Não estamos na casa espírita para sermos fiscais da conduta alheia, transformando-nos em censores implacáveis do comportamento emocional dos outros.
A atitude religiosa radical, é na verdade, sentimento de dogmatismo e fanatismo ausente de todo conteúdo fraternal de compreensão, simpatia e amor. Os religiosos fanáticos estão preocupados com a verdade do pecado, a justiça do erro e a punição do pecador. Não os preocupa o Socorro paciente à alma frágil, perturbada e infeliz. Nem se interessam pelo soerguimento moral do irmão caído; a reeducação de suas idéias, emoções e sentimentos; o aperfeiçoamento de sua personalidade problemática sob as bênçãos amorosas de Deus - o Pai Criador de todos nós. Muitos grupos religiosos dogmáticos têm práticas bem rigorosas e condenatórias às pessoas que apresentam problemas afetivos, sexuais, conjugais. São indiciados, julgados e banidos das reuniões sem o direito à própria reabilitação e a freqüentarem novamente o templo.
Os grupos espíritas, cujos membros apreciam a rigorosidade na conduta, o endurecimento do coração e a inflexibilidade nas normas não sabem conviver fraternalmente com os irmãos homossexuais. Estes podem receber indisfarçáveis sentimentos de antipatia e serão afastados e banidos por força do cochicho, da fofoca, da maledicência e do isolamento proposital dos espíritas rigorosos. Nós, espíritas, que desejamos ser cristãos, não podemos tomar a atitude infeliz de juízes implacáveis de pessoas em grande sofrimento moral e espiritual.
Conheço grupos espíritas que convivem de maneira pacífica e ordeira, respeitosa e amiga com os irmãos de fé homossexuais declarados que participam das atividades de estudo, assistência fraterna, práticas mediúnicas e pregações doutrinárias.
Os irmãos homossexuais, como qualquer ser humano, têm todo o direito de participar das atividade da casa espírita, mesmo que estejam vivendo condição de casais. Devem ser respeitados como qualquer ser humano. Eles têm pleno direito de ser expositores doutrinários, médiuns psicofônicos, médiuns passistas, evangelizadores de crianças, trabalhadores da assistência a famílias carentes.
O que não podemos aceitar na casa e ser (como é lógico) são os abusos de conduta afetivo-sexual, os arroubos da conquista amorosa no centro, o vestuário desrespeitoso a atentar contra os bons costumes.
Se os casais homossexuais convivem em união pacífica e serena, se trabalham com amor e dedicação, se não provocam escândalos e nem se atiram a aventuras de conquista amorosa dentro da casa espírita, podem muito bem trabalhar em todas as atividades doutrinárias, o autor espiritual Odilon Fernandes expõe com discernimento evangelizado seu ponto de vista nesta intricada questão:
"Em nossa opinião, desde que se revele digno do compromisso mediúnico assumido, pode perfeitamente cooperar na transmissão do passe, atuar na psicofonia, na psicografia, na mediunidade de cura, enfim, proferir palestras doutrinárias, participar da diretoria da casa ...
"Se analisássemos a nós mesmos em profundidade, é possível que as nossas imperfeições morais - honestamente detectadas por nós, nos impedissem, com raras exceções, de desenvolver qualquer atividade espírita". Odilon Fernandes, Conversando com os Médiuns - Carlos A. Baccelli Capítulo 41: "O Médium Homossexual".
A casa espírita deverá ser a casa de Jesus para convivência fraternal de muito amor cristão com todos os irmãos de Humanidade, muito especialmente com aqueles que carregam pesados e dolorosos fardos provacionais na alma e no coração.
O maior mandamento da vida é o amor, pois Deus é amor e a vida é somente amor. Através do amor incondicional, penetraremos nos mistérios do Pai Celestial. Selecionamos quatro exortações para meditarmos acerca de nossos deveres de amor para com os nossos irmãos de fé e de humanidade:
O grupo espírita é oportunidade preciosa de aprendermos a amar, doando alma e coração com o Cristo aos indivíduos, por mais diferentes sejam, na convivência de estudos e trabalhos espiritistas, meditando na ponderação do apóstolo Paulo:
"Tu, porém, por que julgas a teu irmão; e tu por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus". Romanos, 14:10.
Quem ama selecionando em demasia as pessoas para depois manifestar simpatia, amizade e afeição não quer expandir o amor de Jesus Cristo, como João Evangelista expõe:
"Se alguém disser: Amo a Deus e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê". 1 João, 4:20.
Doar a nossa vida é doar algo de bom, agradável de nós mesmos, fazendo a alegria e felicidade do próximo. Esta doação deve nascer de nossa afeição sincera, de nossos sentimentos cristãos, de nossa compreensão espiritual, de exemplificação no amor do Cristo:
"Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar nossa vida pelos irmãos. João, 3:16.
O conhecimento espírita adquirido pelos estudos e leituras permanentes, contudo sem a prática do amor fraternal, torna-se luz que alumia, mas não aquece os corações. Somente aquele que ama de coração aberto, para a vivência evangélica de profundidade, faz luz na sua vida e na vida dos semelhantes:
"Aquele que ama a seu irmão permanece na luz e nele não há nenhum tropeço", 1 João. 2: 10
Walter Barcelos
Fonte: http://annapon-coisasdaalma.blogspot.com
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